Lucas Brito
Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade
Após mais de um semestre trabalho de campo observando e identificando os saguis em São José dos Campos, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) iniciou o manejo dos animais alóctones – originários de outras regiões do país – e das espécies sagui-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata) e sagui-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus).
A equipe de pesquisa está realizadando capturas e esterilizações desses primatas para evitar o cruzamento com o sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), que é uma das espécies mais ameaçadas do mundo.
Foram meses de levantamentos para localização dos animais na área da fazenda vizinha ao Parque Natural Municipal Augusto Ruschi, que abriga uma população de aproximadamente 50 saguis-da-serra-escuros. A esterilização dos alóctones contribui para a conservação da espécie nativa da unidade de conservação.
"Os resultados deste acordo com a Prefeitura são muito positivos", disse o professor Fabiano Melo, da UFV. "O município está na vanguarda da conservação de espécies, sendo uma das poucas cidades no Brasil que realiza este trabalho in loco. E esta é uma prática que precisa ser disseminada como exemplo para todo o país."
Armadilhas com saguis-de-tufos-pretos capturados | Foto: Divulgação
Parcerias
Em novembro, a Prefeitura firmou convênio com a universidade para realização de atividades voltadas à proteção do sagui-da-serra-escuro em São José dos Campos.
Nessa etapa, o projeto tem apoio do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), da Univap (Universidade do Vale do Paraíba). Os estudantes dos cursos de biologia e medicina veterinária estão acompanhando as pesquisadoras nas atividades de campo. Já a equipe médica veterinária será responsável pelas esterilizações dos saguis capturados, com colaboração da UFV.
Em parceria com o projeto Ecomuseu, que tem feito mutirões de limpeza nos locais onde vivem os saguis e ações de sensibilização nas comunidades próximas, as pesquisadoras Fernanda Maria Neri e Milena Nogueira continuam a monitorar a população de saguis-da-serra-escuro na mata e ao longo da vegetação do córrego no Parque Alambari, na na região leste. Trata-se do grupo da espécie observado há mais tempo na cidade, sem nenhum estudo sistemático anteriormente executado.
Moradores
Saguis-de-tufos-pretos em preparação para a cirurgia | Foto: Divulgação
Com a participação de vários moradores, mais de 60 saguis foram identificados em diversos bairros, vivendo isolados ou em grupos, em pequenos fragmentos de floresta próximos a outros córregos urbanos, quintais de residências, áreas de comércios e outras locais.
As pesquisadoras conversam com a população e entregam um folheto explicativo sobre a importância da conservação desse simpático primata. Graças à colaboração dos munícipes, foram apontadas várias outras áreas onde os saguis foram avistados.
Os interessados podem contribuir com informações pelo número de Whatsapp (12) 99618-3505. Mais informações na página do Programa Primatas.
Equipe da Univap em atividade na mata | Foto: Divulgação
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