Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Organizado pelo Museu do Folclore de São José dos Campos há 27 anos, a Chegada das Bandeiras valoriza as Folias de Reis, uma das expressões mais marcantes da cultura popular da região. Neste ano, o encontro será neste domingo (26), das 9h às 17h, com a participação recorde de 15 grupos, de São José, Caçapava, Taubaté, Jacareí e Paraibuna.
A atividade ocorre anualmente na área externa do museu e é aberta ao público, que pode vivenciar de perto toda a manifestação. Às 15h está prevista a realização de uma cerimônia religiosa, que será conduzida pelo padre Robert José Ribeiro, de Jacareí, momento que também ocorre a benção das bandeiras das folias.
“É maravilhoso fazer parte do ciclo natalino promovido pelo Museu do Folclore. Eu lembro da história começando com seu Zé Mira, montando a folia em 1998, quando nem tínhamos bandeira. Todo meu envolvimento está relacionado com esta data onde se encontram todas as folias, que para mim é muito gratificante”.
A afirmação é do mestre Gilberto Pires de Morais, o Giba Reys, da Folia de Reis do Mestre Zé Mira, de São José dos Campos. Formada em 1988 pelo mestre Zé Mira (já falecido), a folia participou de todas as edições da Chegada das Bandeiras. O grupo tem 15 participantes e domingo estará presente em mais um encontro.
Para a mestre Ana Masseo, da Folia de Francisco, de Caçapava, “assim como o Ciclo de Natal, participar da Chegada das Bandeiras é muito importante para todos os foliões e todos os mestres, porque é quando colocamos a nossa religiosidade e a nossa cultura popular para fora”. A folia foi criada em 2021, tem 15 integrantes e participará pela terceira vez do encontro.
Presépio
A Chegada das Bandeiras marca o fechamento do presépio do Museu do Folclore, aberto no dia 8 de dezembro do ano passado, e o encerramento do Ciclo de Natal, iniciado na mesma data. Também é o dia em que a maioria das folias encerra as visitas feitas a outros presépios da comunidade.
O presépio do museu, em 2024, foi montado pela artista popular Eunice Coppi, 65 anos, mineira de Sabará. Para a montagem, a artesã criou e construiu todas as peças em tamanho grande, por meio da técnica do empapelamento, utilizando papel e goma. “Me sinto realizada tendo montado o presépio do Museu do Folclore no ano passado”, enfatiza Eunice.
Folias participantes
São José dos Campos: Cia de Reis Esplendor do Oriente, Folia de Reis São Vicente de Paula, Folia de Reis São José, Folia de Reis Santana, Folia de Reis do Mestre Zé Mira, Cia Irmandade Santos Reis, Cia dos Três Reis Estrela do Oriente, Folia de Reis Estrela de Belém, Folia de Reis São Judas Tadeu e Folia de Reis Bom Jesus do Buquirinha.
Caçapava: Folia de Reis da Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança e Cia de Reis Folia de Francisco. Taubaté: Folia de Reis Estrela da Mantiqueira. Jacareí: Folia de Reis Filhos do Oriente. Paraibuna: Folia de Reis Alferes Bento.
Gestão
O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo e está instalado no Parque da Cidade desde 1997. Sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos.
Museu do Folclore de SJC
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