Ariane Caldas
Secretaria de Saúde
A Prefeitura de São José dos Campos vem realizando uma série de atividades dedicadas ao Dia Nacional de Luta Antimanicomial, comemorado dia 18 de maio.
O movimento caracteriza-se pela luta por direitos das pessoas com sofrimento mental. No centro dessas ações está o combate ao estigma e à exclusão de pessoas em sofrimento psíquico grave.
Nesta sexta-feira (17), o Caps AD III (Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas) promoveu uma tarde cultural com música e arte para os pacientes da unidade e familiares. A atividade foi desenvolvida pela equipe com o objetivo de desfazer preconceitos, repensar as práticas de tratamento e dar espaço para que os pacientes sejam protagonistas da própria história.
Para a psicóloga Tainara Targino Passini, a data é muito importante para a garantia dos direitos. “Até pouco tempo, as pessoas em tratamento em saúde mental eram tratadas como animais ou como pessoas que não mereciam cuidados, e desde 2001 essa luta vem garantindo o atendimento humanizado, o respeito e dignidade a esse público”, explica.
“A população de maneira geral não acredita que isso é uma doença e que eles precisam de cuidados, então muitas vezes são reprimidos enquanto o que sentem, o que são e o que fazem, e aqui é um espaço de liberdade, a música e a arte contribuem muito”.
Liberdade
Feridas que não são aparentes, dores que fogem do nosso entendimento. Para traduzir tantos sentimentos, os profissionais desenvolveram atividades artísticas e lúdicas.
Durante a semana os pacientes produziram diversos cartazes e pinturas. Kerlaynne Carneiro, de 46 anos, desenhou um passarinho saindo de uma gaiola. “Eu quis passar liberdade, porque todos nós somos capazes de sermos livres”.
Apesar do desejo, no íntimo Kerlaynne sente as dificuldades e o preconceito na pele. “No CAPS eu encontrei acolhimento que preciso, mas fora daqui eu não posso esperar nada da sociedade, eu tenho que fazer por mim mesmo”, afirma.
Atuante há 15 anos na saúde mental do município, Joseli Carvalho, auxiliar de enfermagem, diz que o maior desafio ainda é combater o preconceito. “A luta antimanicomial vem justamente para trabalhar a liberdade do paciente, da família e de toda a sociedade”, disse.
Acolhimento
Quem também encontrou no CAPS apoio e acolhimento para vencer a depressão e a dependência química foi Ezequiel Soares da Silva, de 19 anos. Há três meses frequentando a unidade, ele já se sente melhor. “Desde que entrei aqui estou mais feliz, isso salvou minha vida.”
“É uma luta a todo segundo, a todo minuto. Às vezes você acha que está perdendo, mas sempre tem alguém para ajudar. Você recebe um abraço e tudo muda, é muito bom”, destaca.
Ezequiel faz parte da banda CAPS e toca Atabaque, um instrumento de percussão
Programação
A programação continua até o fim do mês em diversos equipamentos públicos do município.
Na quinta-feira (23), no CAPS Sul (rua Piraju, 45, Bosque dos Eucaliptos), a partir das 13h30 acontece uma oficina de estamparia com plantas, sarau e apresentação da banda formada pelos pacientes da unidade.
Já na segunda-feira (27), às 15h e às 19h30, o Cine Santana ( Av. Rui Barbosa, 2005 – Santana) exibirá o filme ‘O Bom Doutor’.
Na Casa de Cultura Tim Lopes, na região sul, acontece até o dia 29 a exposição de poemas de Orides Fontela e de Stela do Patrocínio. A exposição faz parte do projeto Espaço Poema.
A Casa de Cultura fica localizada na Av. Ouro Fino, 2520 - Bosque dos Eucaliptos e está aberta para visitação de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h. A exposição é livre para todos os públicos.
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