Moçambique da Vila Tesouro é atração do Museu Vivo domingo
Atualizado em 28/04/2023 - 10:13
MUSEU VIVO - DIA 30 ABR
Companhia tem mais de 100 anos de divulgação da cultura popular - Foto: Divulgação

Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo

No último Museu Vivo de abril, que acontecerá neste domingo (30), a partir das 14h, no Museu do Folclore de São José dos Campos, o público poderá acompanhar e vivenciar diferentes expressões da cultura popular local, como a Companhia de Moçambique da Vila Tesouro.

Também estarão presentes neste encontro a artesã Miriam Coelho de Azevedo Rezende, que fará crochê e tricô, e a culinarista Rosemary Laranjeira David, que vai elaborar uma gostosa receita de bolo de fubá. A atividade é gratuita e se estenderá até as 17h, na área externa do museu.

Moçambique

Com mais de 100 anos de existência, o Moçambique da Vila Tesouro tem origens em Caçapava, nas minas de carvão da Fazenda João Pindão, onde Justiniano Gusmão assumia a função de mestre e a esposa, Andressa Clementina de Lobato, cuidava das vestimentas e da organização do grupo.

Devotos de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, Justiniano e Andressa criaram os sete filhos, sempre procurando passar os costumes da dança do Moçambique, herdados dos ancestrais escravizados, dos quais eram descendentes. Por volta de 1932, a família veio morar em São José dos Campos.

Nessa época, já com 113 anos, Justiniano nomeou o filho Antonio Gusmão mestre da companhia, que, com a esposa, também repassou os ensinamentos da dança para os filhos e netos.

Com o falecimento de Antonio, a neta Isabel Cristina Gusmão Novais, 48 anos, assumiu a coordenação do grupo.

Crochê e tricô

Miriam Coelho fará crochê

Natural de São Paulo, Miriam Coelho de Azevedo Rezende, 61 anos, veio para São José ainda jovem. Ela conta que aprendeu a fazer crochê e tricô, e também a cozinhar, com sua avó, que costurava. “No bairro onde morávamos existiam muitos migrantes italianos, e as mulheres faziam artesanato. Por isso minha avó as recebia em sua casa.”

Para Miriam, as práticas manuais também são terapêuticas, pois auxiliam a organizar os pensamentos e sentimentos. Hoje, o trabalho que faz já representa uma fonte de renda para a família.

Bolo de fubá

Rosemary já participou de outras edições do Museu Vivo

A joseense Rosemary Laranjeira David, 55 anos, também tem conhecimento sobre artesanato de costura e crochê, mas o que ela gosta mesmo de fazer são receitas doces e de vários tipos, como bolos, pudins e pavês. “Eu procuro aproveitar o máximo dos alimentos e costumo usar cascas de frutas nas minhas receitas.”

Gestão

O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, instalado no Parque da Cidade desde 1997. Atualmente, sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos.

Museu do Folclore


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