Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo

Quem for ao Museu do Folclore de São José dos Campos neste domingo (29) terá oportunidade de acompanhar o preparo de uma iguaria muito comum nas festas de Paraibuna e região nas décadas de 60 e 70. É a moqueca caipira, conhecida também como moqueca de índio ou poqueca.

A receita será desenvolvida e compartilhada pela cozinheira Viviani Leite, uma das representantes da cultura popular da região convidada para participar do Museu Vivo, ao lado do violeiro Valdir Ramos de Andrade e da artesã Lídia Jovina.

O Museu Vivo é realizado, no mínimo, duas vezes por mês, aos domingos à tarde, entre 14h e 17h. Os encontros reúnem fazedores nas áreas do artesanato, culinária e música, que compartilham os saberes e fazeres com o público presente.

Culinária

Viviani Leite, 45 anos, também conhecida por Chimbica, é de São José dos Campos. Além de cozinheira, é pesquisadora, educadora, fotógrafa e produtora cultural. Já realizou performances  culinárias, cozinha experimental, escreveu artigos e debateu o desperdício alimentar e a indústria da alimentação.

Ela pesquisa a relação entre cultura e alimentação no Vale do Paraíba e a influência da culinária indígena contemporânea, como a poqueca – um pirão de farinha de mandioca enrolado na folha de bananeira, que com o tempo foi ganhando novos temperos e incorporando diversas proteínas, do frango ao peixe.

Música

^{O violeiro Valdir Ramos}

Valdir Ramos, 50 anos, é de Igaratá, mas no meio musical é conhecido pelo nome artístico de Ramos Play Show Sertanejo. Seu pai e sua mãe tocavam viola e vieram para São José do extremo de Igaratá, que ele chama de sertão.

Ele conta que tocava com a família e há 15 anos tem a música como meio de vida. Por dez anos formou dupla com outro violeiro e percorreu alguns estados tocando moda sertaneja, e há três segue carreira solo.

Artesanato

^{A artesã Lídia Jovina}

Lídia Jovina, 59 anos, também é São José dos Campos, e seu saber está concentrado nos trabalhos que misturam crochê e garrafas pet.

Ela conta que aprendeu a fazer crochê na adolescência, com uma vizinha. E a utilização da garrafa pet veio de uma técnica ensinada por uma conhecida do Paraná.

Gestão

O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, instalado no Parque da Cidade desde 1997. Sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos.

Museu do Folclore

• Avenida Olivo Gomes, 100, Santana (Parque da Cidade)
• 3924-7354 e 39424-7318
• www.museudofolclore.org

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