Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Os saberes e fazeres da culinária estão de volta ao Museu Vivo do Museu do Folclore de São José dos Campos. A atividade acontece neste domingo (15), a partir das 14h, pelas mãos da cozinheira Alzira Vilella, joseense de 64 anos. A culinária, assim como o artesanato e a música, que já foram retomados, estava suspensa desde março de 2020, em razão da pandemia.
Alzira também é cantora sertaneja e filha do calangueiro Ernesto Vilella. Ela vai fazer uma canja, alimento bastante consumido na fase do pós-parto. O preparo ilustrará a exposição temporária (‘Mãos que Amparam: Histórias do Parir e do Partejar’) que será aberta pelo museu no mesmo dia, com enfoque para as parteiras tradicionais.
O gosto por cozinhar e pela música, Alzira herdou do seu pai. “Eu tinha só 7 anos e precisei ajudar meu pai a fazer comida para um grupo de pedreiros que trabalhavam no sítio onde a gente morava”. Sobre a música, ela conta que, “por ser a filha caçula, meu pai sempre cantava moda de viola para eu dormir”.
Além da canja, Alzira também vai aproveitar para contar histórias e saberes sobre o momento do parto, como remédios e simpatias.
Viola e rabeca
Para animar o encontro, o Museu Vivo receberá, pela primeira vez, os músicos Jeferson Leite e Rafael Gonzá, que fazem um duo de rabeca nordestina e viola caipira, interpretando temas do repertório popular brasileiro, misturando choros e forrós com uma nova roupagem.
Jeferson Leite, 40 anos, é cearense e iniciou sua trajetória na música erudita com a viola de arco, adaptando depois as execuções para a rabeca, instrumento que pesquisa desde 2002 com ajuda de professores e mestres da cultura popular. O músico atua como solista e trabalha com diversos grupos.
Rafael Gonzá, 31 anos, é de São José e estuda viola caipira desde 2011, quando morava em Minas Gerais. De maneira autodidata e por meio de aulas informais, desenvolveu sua própria linguagem e trajetória no instrumento. Já tem dois EPs lançados, Despedaçado e Galáxia Jovem.
Bordado
Para o artesanato, a convidada deste domingo é a joseense Neuza Christina, 61 anos. Ela conta que aprendeu a bordar observando o fazer de outras pessoas, mas foi durante o período de um tratamento médico que Neuza se aprofundou no aprendizado. “O bordado me acalmava e contribuía para a minha recuperação”, diz ela.
O Museu Vivo é um programa do Museu do Folclore realizado duas vezes por mês, sempre aos domingos à tarde, das 14h às 17h, com a participação de representantes da cultura popular regional, nas áreas de artesanato, culinária e música. A atividade é aberta ao público e acontece na área externa do museu.
O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo que funciona no Parque da Cidade desde 1997. Sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos.
Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)
(12) 3924-7354 ou (12) 3924-7318
www.museudofolclore.org
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