Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Quando o Museu do Folclore de São José dos Campos planejou a montagem da exposição temporária Mãos que Amparam: Histórias do Parir e do Partejar, aberta em maio deste ano, não imaginava como a comunidade reagiria ao tema proposto – a profissão das parteiras tradicionais.
A primeira manifestação veio quase dois meses antes da abertura da exposição, quando mais de 200 pessoas responderam, por meio das redes sociais do museu, a uma consulta para saber quem havia nascido de parteira, em que bairro, nome da parteira e outros dados.
“Nasci em Santana e a parteira foi a Dona Francisca. Minha mãe sempre comenta de forma carinhosa sobre ela, dizendo que era extremamente prestativa e cuidadosa”, informou Roseli Cardoso em uma das respostas.
“Eu e meus irmãos nascemos no centro da cidade pelas mãos da parteira Dona Silvéria, uma senhora muito boa e minha mãe gostava muito dela”, contou Maria Vicente em outro retorno à consulta.
Parteiras
O questionamento virtual feito pelo museu também trouxe à tona nomes de mais de 40 parteiras tradicionais, que moravam em diferentes bairros da cidade. Entre elas, a Dona Cida do Banhado, como era conhecida a jacareiense Aparecida Claro Vieira, falecida em 1995 aos 72 anos de idade.
Dona Cida recebe o certificado
(foto cedida por Sonia)
“Ela morou por algum tempo na Rua Paraibuna, mas logo mudou para o Banhado”, contou Sonia Lima, sobrinha de Dona Cida. “Minha tia também chegou a fazer um curso de parteira credenciada na Santa Casa de São José”. Sonia mora nos Estados Unidos e ficou sabendo da exposição do museu pela internet.
A exposição tem um mapa com os nomes de onde atuavam as antigas parteiras de São José, além de elementos ligados à religiosidade (figuras de santos), ervas, objetos (garrafadas e maleta) e espaço para que o público possa interagir, relatando seus conhecimentos e experiências a respeito do assunto.
Visitas
No último final de semana o dentista Marcelo Silva, 44 anos, que mora em Barueri, visitou o Museu do Folclore com a esposa Melissa Yamaoka e a filha Mirella Satie, e gostou muito do que viu. “Achei muito interessante a exposição temporária onde há utensílios, ervas e relatos de pessoas nascidas de parteiras”, disse ele.
Marcelo conta que numa das vezes que veio à região para visitar sua madrinha, que mora em Jacareí, teve oportunidade de conhecer São José, mas só agora decidiu visitar o Museu do Folclore. “Já conhecemos o Museu do Folclore de Olímpia e ficamos curiosos para ver como é o de São José”, ressaltou.
A exposição temporária pode ser visitada até o dia 15 de setembro, de terça a sexta, das 9h às 17h, e aos sábados e domingos, das 14h às 17h. As visitas em grupo precisam ser agendadas antecipadamente pelos telefones (12) 3924-7354 ou (12) 3924-7318.
Gestão
O Museu do Folclore é um espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo e está instalado no Parque da Cidade desde 1997. Sua gestão é feita pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José dos Campos.
Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)
(12) 3924-7318 ou (12) 3924-7354
www.museudofolclore.org
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