Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
“Ela era uma pessoa muito carinhosa e amiga, sempre atenta aos filhos. Participava ativamente da educação e do cotidiano deles. Agiu da mesma forma com os netos, até a adolescência deles. Reconhecia e incentivava os dons naturais de cada um. Das muitas lições que ela nos deixou, uma das maiores e melhores foi a empatia pelo outro.”
As lembranças são do advogado e economista Francisco de Paula Corrêa Carneiro Giffoni, 75 anos, filho da professora, folclorista, pesquisadora e escritora Maria Amália Corrêa Giffoni, falecida em dezembro de 1994, aos 76 anos. Maria Amália dá nome à biblioteca especializada em cultura popular, criada em 1999 e instalada em prédio anexo ao da exposição.
Autora de muitos livros, a maioria sobre danças folclóricas, a escritora será homenageada durante encontro virtual que o Museu do Folclore realiza nesta quinta-feira (25), às 19h, pelo Facebook, com a presença do filho Francisco Giffoni. Nesta mesma data, em 1918, Maria Amália nascia na cidade paulista de Santa Rita do Passa Quatro.
A live também servirá para que representantes do Museu do Folclore falem sobre a nova fase da biblioteca, com destaque para o processo de modernização do seu acervo, mobiliário e equipamentos, viabilizado com recursos do Proac (Programa de Ação Cultural) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo Estadual.
Também participarão do bate-papo a folclorista Angela Savastano, uma das responsáveis pela idealização e criação do Museu do Folclore, a gestora do museu, Francine Maia, e a bibliotecária Cintia Soares. A live deverá durar uma hora e será mediada pela pesquisadora Tiane Tessaroto.
Doação do acervo
A ideia de criar uma biblioteca voltada à cultura popular foi uma das muitas discutidas a partir de 1986 pela então Comissão de Folclore da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, da qual faziam parte, entre outras pessoas, as folcloristas Angela Savastano e Helena Weiss. Elas foram as primeiras a doar boa parte de seus próprios acervos para a futura biblioteca.
Mas, foi em 1999, dois anos depois de o Museu do Folclore iniciar suas atividades no Parque da Cidade, que a biblioteca começou a tomar corpo. Naquele ano, o museu recebeu a doação de todo o acervo particular da escritora Maria Amália, procedimento intermediado, na época, pelo Museu de Folclore Rossini Tavares de Lima, da ABF (Associação Brasileira de Folclore), com sede em São Paulo.
No documento de doação da ABF, uma frase justificava a decisão: ‘Era uma determinação de Maria Amália Giffoni, anterior ao seu falecimento’. Segundo Francisco Giffoni, já no final da vida, sua mãe comentou o desejo de doar seu acervo aos cuidados de uma instituição que começava a dar seus primeiros passos em São José dos Campos, o Museu do Folclore.
Homenagem
A folclorista Angela Savastano conheceu Maria Amália em São Paulo, quando fez o curso de especialização em folclore, onde ela era uma das professoras. Depois disso, passaram a se corresponder por cartas. “Ela acompanhava os nossos passos de longe e quando veio a São José para participar de um evento realizado pelo Museu do Folclore, ficou admirada com o trabalho que realizávamos aqui. Ela acreditava muito nesse trabalho”, explica Angela.
Quando soube do seu falecimento, Angela Savastano logo pensou em como poderia homenagear a folclorista. O resultado é que a biblioteca do museu passou a se chamar Biblioteca Maria Amália Corrêa Giffoni. Hoje, a biblioteca tem um acervo total de 4.210 itens, entre livros (2.244), DVDs (511), CDs (435), e outros.
"A mente aberta da minha mãe, Maria Amélia, era visível em sua trajetória profissional. Seu amor pela pesquisa a levou a várias áreas do conhecimento. Além de folclorista, pesquisou também na área de história, danças folclóricas e de salão, danças da corte e tudo que dizia respeito à arte popular”, destaca Francisco Giffoni.
Nova fase
O projeto de modernização do acervo do museu, aprovado em dezembro de 2019, proporcionou uma série de benefícios para a biblioteca, como a produção de 22 vídeos de curta duração sobre diferentes assuntos relacionados à cultura popular da região, resultado da edição de registros audiovisuais de pesquisas realizadas ao longo dos anos.
Esses vídeos se transformaram na série Folclore em Movimento, que vem sendo exibida toda quarta-feira, às 20h, pelo YouTube. “Esses vídeos têm informações e imagens inéditas de pesquisas que só estavam disponíveis ao público na forma bruta. Agora, elas podem ser acessadas pelo site do museu e o vídeo completo continua à disposição na biblioteca, para cópia ou empréstimo”, enfatiza Francine Maia.
Apesar de o Museu do Folclore estar fechado desde março de 2020, a atividade interna na biblioteca, como em outros setores, não parou. O empréstimo de algum item do acervo, bem como o agendamento para sua retirada na biblioteca, podem ser solicitados pelo e-mail bibliotecadomuseu@gmail.com. E para saber o que está disponível, o interessado pode pesquisar pelo site do próprio museu, nos itens Biblioteca/Pesquisar Acervo.
Gestão
A Biblioteca Maria Amália Corrêa Giffoni está integrada ao Museu do Folclore e foi criada pelo CECP (Centro de Estudos da Cultura Popular), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José dos Campos, responsável pela gestão do Museu do Folclore, mediante termo de colaboração firmado com a FCCR (Fundação Cultural Cassiano Ricardo).
Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)
(12) 3924-7318 – www.museudofolclore.org
MAIS NOTÍCIAS
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
A Prefeitura de São José dos Campos utiliza cookies e tecnologias semelhantes para fornecer recursos essenciais na proteção de dados.
Ao continuar navegando nesta página, você concorda com nossas Políticas de uso de cookies, Políticas de privacidade e Termos de Uso.