Residentes em medicina da família atuam com foco nos pacientes
Atualizado em 14/07/2021 - 14:43
Residência Médica na UBS Resolve do Parque Novo Horizonte. Foto: Claudio Vieira/PMSJC 12-07-2021
Município possuí parceria com Universidade Anhembi e oferta residência em medicina da família - Foto: Claudio Vieira/PMSJC


Secretaria de Saúde

* Rafaela de Oliveira, estagiária sob supervisão dos jornalistas Cláudio Ribeiro e Giselle Marinho

Natural de Araraquara, o médico Caio Torres chegou a iniciar residência em cirurgia, mas sentia que faltava algo. Decidiu, então, mudar de rumo e ingressar na especialidade de medicina da família. Foi quando veio para São José dos Campos. “Escolhi esta área porque o médico de família vê o paciente como um todo, enxergando a pessoa e não apenas a doença.”

Caio ressalta que é necessário entender o contexto de vida de cada pessoa para ter certeza de que o tratamento está sendo aplicado de forma correta. Nem sempre é possível saber como as influências externas podem agir durante a cura e prevenção de doenças. “O médico da família é o especialista na atenção básica, podendo prevenir que evolua o quadro dos pacientes atendidos.”

Outro residente, Rafael Barbosa da Costa, deixou Recife (PE) em busca de algo desafiador para o início da carreira. Um dos pontos que o influenciaram na escolha do programa foi a qualidade da saúde pública joseense, que oferece recursos para a aprendizagem. “Médicos especializados em saúde da família oferecem uma qualidade no serviço por conhecer bem seus pacientes, além de poder intervir de forma precoce na doença e qualidade de vida das pessoas atendidas.”

Rafael acredita que exista um grande vínculo na relação com o médico da família devido à necessidade que o profissional tem de conhecer o histórico familiar e ambiental do atendido. “Somos o primeiro contato que o paciente tem. A partir de nós, se necessário, ele tem acesso às outras especialidades.”

Médicos especializados em saúde da família e comunidade atendem pessoas de todas as idades. Prestando assistência de forma permanente e contínua, são responsáveis por realizar trabalho de prevenção, cura e reabilitação.

Programa

Dr Caio em atendimento à munícipe \ Foto: Claudio Vieira/ PMSJC

Caio e Rafael fazem residência médica em São José por meio da parceria entre a Prefeitura e a Universidade Anhembi Morumbi. Voltado à atenção básica, o programa atende 14 especialistas em um ano e três meses de atividades.

“O programa é o único totalmente voltado para a atenção básica de saúde, que responde por aproximadamente 80% das necessidades do SUS”, afirma o coordenador de residência médica da Anhembi Morumbi, João Manoel Theotônio. Ele ressalta que é nessa área que se resolve a maior parte das doenças ou se evita as mais graves.

Com duração de dois anos, a residência em medicina tem o objetivo de formar médicos competentes que possam atender às demandas da saúde pública. Esse caminho é pavimentado no atendimento à população que busca as unidades básicas onde funciona a Estratégia de Saúde da Família.

Os residentes estão distribuídos nas unidades básicas do Novo Horizonte e Alto da Ponte e nas de Estratégia da Família dos bairros Majestic, Primavera e Santa Hermínia. Além da residência médica, a rede pública municipal conta com 28 profissionais enviados pelo programa Mais Médicos, do Governo Federal.

Cada residente fica responsável por uma equipe, que é formada por enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Esse grupo atende dentro da UBS e nas casas dos pacientes acamados ou domiciliados que não conseguem ir à unidade.

Seleção

Dr Rafael pronto para atender os munícipes \ Foto: Claudio Vieira/PMSJC

Para atuar na residência médica em São José, os candidatos precisam ser aprovados no concurso público, que é realizado anualmente. A seleção é feita de acordo com o número de vagas disponíveis.

Podem participar do programa médicos formados no Brasil com registro no Conselho Regional de Medicina de São Paulo. Os que fizeram faculdade no exterior precisam ter o diploma revalidado pelo órgão de classe paulista.

De acordo com a Demografia Médica do Brasil de 2018, esta residência é a primeira opção apenas para 1,5% dos recém-formados em medicina, atualmente no país há cerca de 6.000 profissionais titulados nesta especialidade no Brasil.


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