Giselle Marinho
Secretaria de Apoio Social ao Cidadão
“Uma mãe”. Assim, M.A.S., 35 anos, define o serviço de Apoio Social da Prefeitura de São José dos Campos.
“Eu morava na rua porque tinha vergonha de pedir ajuda aos meus irmãos. Vivendo na rua, a gente conta com o “apoio” para tudo. Tomar banho, comer, ir para o hospital, para o abrigo. Eles cuidam da gente. Não sei o que seria da minha vida sem eles.”
Acompanhada pela equipe já há algum tempo, M. foi resgatada pelo serviço sob um viaduto, grávida de 3 meses. Abaixo do peso e enfraquecida pelo uso de entorpecentes, ela aceitou ajuda e foi encaminhada para uma comunidade terapêutica para tratar a dependência química. Ela vivia com o companheiro A. que também foi acolhido e atualmente vive em um dos abrigos municipais.
Mesmo em unidades diferentes, eles permanecem unidos e longe das drogas, tudo para se prepararem para a chegada de Alice, a filha do casal que nascerá em breve.
Ao longo dos últimos 5 meses, além do tratamento para dependência feito da Comunidade Terapêutica, M. continuou sendo assistida pelo Apoio Social. Consultas de pré-natal, saídas para exames, documentação e tudo que ela precisava foi providenciado pela equipe.
Agora é aguardar a bebê nascer, terminar o tratamento e dar mais um passo para uma nova vida. “Quero voltar a viver de verdade. Fazer pela Alice tudo que não fiz pelos meus outros filhos, casar com o Ailton e em fim formar uma família.”
Sobre o vínculo com os outros filhos e com a família dela, M. afirma: “Quero que eles tenham orgulho de mim um dia”.
Além da M., outra gestante foi acolhida na mesma situação para tratar a dependência química em São José dos Campos nos últimos seis meses.
Autonomia
Para propiciar que o casal assistido possa recomeçar a vida, a assistência social do município já deu entrada no Auxílio-Moradia, benefício temporário no valor de R$ 700, concedido a pessoas em situação de vulnerabilidade, inscritas no Cadastro Único, até que possam recuperar a independência.
De 2017 a 2020, 100 pessoas que viviam em situação de rua conquistaram o direito ao benefício, após passar pelos serviços da assistência social.
Fase rosa
Quando deixar a maternidade, a Kombi do Apoio Social levará M. de volta à comunidade terapêutica para concluir o tratamento. No quarto onde ela e a filha ficarão tudo está preparado para recebê-las.
Berço construído pelos próprios funcionários, roupinhas, carrinho, tudo rosa para acolher Alice.
Parceria
Para Sara Gonçalves Alves, coordenadora da Comunidade Terapêutica Nova Esperança, Organização da Sociedade Civil parceira da Prefeitura, onde M. está inserida, o Apoio Social é fundamental para amparar essas pessoas e fazer com que elas cheguem até o tratamento. “Eles são incansáveis. Mais do que uma abordagem técnica e humanizada, eles conseguem trazer essas pessoas tão desacreditadas até aqui, por meio da confiança construída dia a dia nas ruas. Além disso, durante o período que permanecem aqui, eles continuam acompanhando e ajudam em tudo que precisamos.
Serviço
O serviço de Apoio Social conta com 44 educadores sociais, 2 psicólogos, 4 assistentes sociais e agora com 10 enfermeiros para acolher e orientar este público “in loco” durante as abordagens nas ruas. O trabalho é realizado 24h, todos os dias da semana.
No Centro Pop, localizado ao lado do terminal intermunicipal, eles contam com chuveiro, área de alimentação, salas para oficinas e atendimento realizados pelos profissionais da assistência social.
Neste espaço, a equipe avalia a necessidade do atendido e pode encaminhá-lo para o abrigo, para a própria família ou até mesmo para a cidade de origem, caso não seja de São José.
Recâmbio
Aqueles que estão de passagem pela cidade e desejam retornar ao município de origem, a Prefeitura oferece o recâmbio, que consiste em passagens rodoviárias para retorno. Entretanto, o benefício só é concedido após o contato com a assistência social ou familiar da cidade de origem do atendido. Caso a avaliação para o retorno seja positiva, a Prefeitura fornece a passagem.
Abrigos
Atualmente, o município conta com 285 vagas, divididas em abrigos masculinos, feminino e LGBT, famílias e indivíduo, bem como o abrigo AVD destinado a pessoas com dificuldades em atividades de vida diária.
Nas unidades de acolhimento eles recebem 4 refeições, podem pernoitar e contam com atendimento e acompanhamento psicossocial, além de terem a oportunidade de participar de oficinas socioeducativas. Eles também podem optar pelo tratamento da dependência química em comunidades terapêuticas, tendo em vista que esta patologia é recorrente na população de rua.
Benefícios
Nos abrigos, eles recebem orientação sobre benefícios sociais de transferência de renda, como BPC (Benefício de Prestação Continuada) e fazem a inscrição no Cadastro Único, caso ainda não tenham, para que assim possam ter acesso aos benefícios.
Aqueles que passam pela avaliação social e conquistam autonomia podem receber o Auxílio-Moradia para alugar a própria casa.
Pró-Trabalho
O programa de qualificação profissional Pró-Trabalho conta com um percentual de vagas destinadas a população de rua. Desde o início do programa em 2018, o Pró-Trabalho já incluiu 65 ex-moradores de rua.
Para ingressar no programa, eles precisam estar em acompanhamento pela assistência social.
Números
População de rua em números 2017-2020
1637 passaram pelo recâmbio e retornaram para as cidades de origem
291 foram inseridas em comunidades terapêuticas para tratar a dependência química
266 pessoas adquiriram autonomia graças ao trabalho integrado
253 voltaram a viver em família
100 pessoas conquistaram o direito ao Auxílio-Moradia e puderam alugar a própria casa
65 foram inseridas no Pró-Trabalho
32 pessoas foram inseridas no Benefício de Prestação Continuada (BPC)
Abordagem de Saúde
Desde dezembro de 2020, a equipe de Apoio Social passou a atuar com a participação de 10 enfermeiros. Na ação, os profissionais de saúde fazem testes para Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e hepatites virais, além da orientação sobre o comportamento seguro e preventivo.
Até o momento, mais de 400 pessoas em situação de rua já aceitaram fazer os testes. Destes, cerca de 50 apresentaram resultado positivo para alguma das doenças e foram encaminhados para tratamento na rede de saúde do município.
153
A população também pode contribuir com a Prefeitura para auxiliar as pessoas em situação de rua. Basta ligar para o 153 e acionar a equipe de Apoio Social.
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