Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Balaio Galeria (www.balaiogaleria.com) é o nome do novo projeto lançado pelo Museu do Folclore de São José dos Campos, nesta segunda-feira (16), por meio do site com o mesmo nome e que visa dar visibilidade e valorizar a arte popular do Vale do Paraíba. A iniciativa é resultado de um projeto piloto iniciado em 2019 e voltado para a arte e o artesanato, que recebeu o nome de Galeria dos Fazeres.
“Além da chegada da pandemia no começo de 2020, muitas outras coisas aconteceram de lá para cá e nos mostraram a necessidade de realizarmos novas pesquisas e debates sobre o tema, o que contribuiu para o amadurecimento de conceitos e ideias, nos proporcionando uma melhor experiência sobre a proposta inicial”, explica Renata Sparapan, pesquisadora e responsável pelo projeto.
Segundo Renata, “a partir de pesquisas, vamos registrar e divulgar artes e artistas com suas formas de expressões, memórias, identidades e técnicas”. O primeiro segmento pesquisado e destacado no site é a cerâmica figurativa, feita pelas figureiras, arte bastante conhecida no Vale do Paraíba. “Usando a argila, elas registram com destreza e sensibilidade elementos de suas vidas e da região”, ressalta Renata.
“O projeto nasceu de uma necessidade externada pelos próprios artesãos que já participavam de outros projetos do Museu do Folclore, como o Museu Vivo, por exemplo. A oportunidade de mostrarem seus trabalhos por meio do projeto proporciona não só maior visibilidade e valorização, como também a possibilidade de negociação dos seus produtos”, enfatiza a gestora do museu, Francine Maia.
Figureiras
A tradição da cerâmica figurativa deriva das influências de povos que passaram pela região em variados contextos, entre eles indígenas, negros e lusitanos. Cidades como São José dos Campos, Taubaté, Pindamonhangaba e Caçapava carregam essa tradição. Quem faz este tipo de arte é conhecida como figureira e, apesar de existiram homens que também a praticam, as mulheres são a maioria.
As peças confeccionadas pelas figureiras são chamadas de figuras e representam o cotidiano, a devoção, os festejos e os modos de ver e estar no mundo. Elas registram com originalidade, por meio do barro, suas histórias de vida e a do Vale do Paraíba. “Por observarem e interpretarem a vida com sensibilidade, são os pequenos detalhes nas peças que carregam grandes significados de suas existências”, enfatiza Renata.
Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)
(12) 3924-7318 – www.museudofoclore.org
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