Giselle Marinho
Secretaria de Saúde
A Rede de Inclusão ao Autista (RIA) foi criada em 2019 com o intuito de identificar, monitorar e incluir cada paciente com diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) nos serviços públicos, conforme a necessidade de cada um. Desde então, o número de autistas inseridos na rede vem crescendo, ampliando o atendimento e proporcionando apoio integral às famílias.
Em outubro de 2019, o sistema contava com 381 inscritos. Atualmente, esse número passou para 1.161, o que representa um aumento de 304,72%.
Atendimento de saúde
Do total de autistas que integram a RIA, 100% são já atendidos e acompanhados pelas Unidades Básicas de Saúde.
Nos demais serviços de saúde, eles ainda podem contar com atendimento de saúde mental, atividades com fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais nas Unidades de Reabilitação, assim com o atendimento na Unidade de Especialidades em Saúde.
Humanizado
Até aproximadamente 4 anos de idade, Kennay Elias Alves de Oliveira, não falava, nem conseguia dormir por uma noite inteira. Era agressivo consigo mesmo e não aceitava sequer trocar uma camisa, que chegou a usar por um ano. Apesar de todo carinho e dedicação da família, o menino não conseguia ter uma vida saudável, tampouco interagir com outras pessoas, até que o pais decidiram procurar na Prefeitura a assistência para o filho.
Pela rede de saúde do município, Kennay passou por avaliação neurológica e psiquiátrica, ajustou medicação e em seguida foi encaminhado à Unidade de Reabilitação Centro-Norte para acompanhamento com fonoaudióloga e terapeuta ocupacional.
De acordo com a mãe, Cristiane Alves, após dois anos inserido no serviço, Kennay é uma criança diferente. Sorri, brinca, frequenta a escola e fica totalmente à vontade na Unidade de Reabilitação. Para ela, o apoio humanizado foi fundamental para a socialização. “Eles têm muito carinho por ele. Na primeira vez, ele não quis entrar e elas foram até o carro. Depois de 3 dias, ele já ficava sozinho na sala com elas. Em todos os lugares que o Kennay é atendido, eu fico impressionada com o respeito com que somos tratado. Só tenho a agradecer”.
Pelo afeto
“Seguimos uma linha mais afetuosa e interacionista e ele evoluiu super rápido. Hoje, o Kennay recebe as pessoas, antes ele não conseguia se relacionar”.
O relato da fonoaudióloga Maria Tereza Dourado, resume o desenvolvimento de Kennay. Para ela, acompanhar e poder auxiliar a criança e acolher a família é motivo de orgulho e comemoração. “Orientações simples para propiciar a independência da criança traz muita alegria e satisfação aos pais. É gratificante ajudar no desenvolvimento das crianças”.
Atendimento individualizado
Maria Aparecida Marcos, tem 40 anos, é professora e mãe do pequeno Samuel, de 6 anos. No caso dele, a porta de entrada para a rede de serviços foi o Hospital Municipal. Após a avaliação neurológica, ele também chegou a UR, onde passa por atendimento há 1 ano.
A mãe afirma que quando chegou à unidade, Samuel não comia sozinho, não interagia com as outras crianças. Hoje ele já desenvolve atividades, avanços que ela atribui ao tratamento individualizado e de acordo com as necessidades e habilidades dele. Maria também ressalta a importância do afeto neste processo de construção.
“Assim como em casa, aqui ele é muito amado. Elas passam muito carinho a ele”.
Serviço
O acesso ao RIA pode ser feito pelos serviços disponíveis nas secretarias Apoio Social ao Cidadão, Educação e Cidadania, Esporte e Qualidade de Vida, Mobilidade Urbana e Saúde, na Fundação Cultural Cassiano Ricardo, além de entidades parceiras.
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