Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Nascida no bairro de Santana, região norte da cidade, a joseense Tina Lemos tem heranças da cultura caipira e piraquara em sua trajetória como figureira. É integrante de uma família de 13 irmãos (9 estão vivos), tipicamente mineira. Seu pai nasceu em Paraisópolis e fazia redes, balaios e barcos. A mãe, nascida em São Bento do Sapucaí, lavava roupa no rio Paraíba, na Vila Cristina.
Tina Lemos é a convidada deste domingo (7), às 16h, em mais uma live do programa Museu Vivo, conduzido pela pesquisadora do museu, Tiane Tessaroto Santoro. A transmissão ocorrerá pelo canal do museu na plataforma Youtube. A atividade está sendo realizada virtualmente porque o museu continua fechado, em razão do combate à pandemia do novo coronavírus.
O envolvimento de Tina com o barro vem desde pequena. A família costumava ir pescar com o pai e como a mãe tinha medo de deixar ela entrar no rio, o jeito era ficar na beira brincando com barro. Assim, ela imaginava e criava seus brinquedos. Ao longo da vida, o gosto pelo fazer artesanal a seguiu.
Raízes e histórias
Na adolescência, Tina fazia artesanato com vários materiais, vendia na escola e fazia decoração para festas, sempre mantendo sua ligação especial com o barro, material com o qual mais gostava de trabalhar. Suas peças carregam suas raízes e suas histórias, como a do saber pintar, que ela herdou do seu pai.
Ainda na adolescência, Tina passou a participar de oficinas culturais da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, onde podia mostrar e repassar seus saberes a crianças e adultos.
“Foi nessa época que também comecei a ‘trocar’ histórias com as pessoas, valorizando as memórias de cada um e da própria região (caipiras, piraquaras e mineiras)”, conta ela. “E quando me reconheci como figureira, passei a pesquisar e a contar as histórias das figureiras mais antigas da cidade”, finaliza.
Programa e gestão
Em situações normais, o programa Museu Vivo é realizado aos domingos à tarde, na área externa do Museu do Folclore, reunindo representantes da cultura popular regional, nas áreas de artesanato, culinária e música. É um momento de compartilhamento de saberes e fazeres com o público presente.
Criado em 1987 pela Fundação Cultural, o Museu do Folclore está instalado no Parque da Cidade, e sua gestão é feita pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), organização da sociedade civil sem fins lucrativos.
Museu do Folclore SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Santana (Parque da Cidade)
(12) 3924-7318 – www.museudofolclore.org
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