Exposição virtual tem peças das figureiras Eugênia e Lili
Atualizado em 17/05/2024 - 10:56
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Figuras retratam o casamento na exposição virtual O Ciclo da Vida, do Museu do Folclore - Foto: Divulgação/MFSJC - Foto: PMSJC

Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo

Os trabalhos das figureiras Dona Eugênia (Eugênia da Silva) e Dona Lili (Maria Benedita Santos) são o destaque de mais uma exposição temporária do Museu do Folclore de São José dos Campos, desta vez de maneira virtual, em razão da pandemia do novo coronavírus. A mostra reúne 45 peças das duas artesãs e ganhou o nome de ‘O Ciclo da Vida’, por representar o nascimento, o casamento e a morte.  

As peças fazem parte do núcleo de Usos e Costumes do acervo do Museu do Folclore. Elas foram adquiridas das duas figureiras (já falecidas) em 1998 para a exposição ‘Minha Cultura Mostra Quem Sou’, a primeira de longa duração do museu, que foi instalada um ano antes no Parque da Cidade, onde funciona até hoje.

Cotidiano

As figuras são feitas a mão com barro cru. Em geral, são pequenas e de cores alegres e graciosa, expressão a genialidade e a simplicidade da cultura popular. Depois de modeladas, as peças secam ao sol e, em seguida, são pintadas. No seu estado final, apresentam uma estrutura muito frágil.

Figureiras retratam o seu cotidiano. As figuras contam usos e costumes ligados às tarefas diárias, como dar milho às galinhas, lavar roupa, socar pilão, fazer comida no fogão a lenha. E também, aos animais de criação e/ou estimação, como galinhas, pintinhos, cachorro e o pavão (admirado por sua cor e beleza).

Perfis

Dona Eugênia é joseense e aprendeu a arte aos cinco anos de idade, com sua mãe, Francisca Froes, índia da Tribo dos Guaianases do Vidoca. Confeccionou figuras de presépio com 40 tipos diferentes de figuras, além de imagens de São Francisco de Assis e do famoso pavão, que é símbolo do artesanato paulista. Eugênia faleceu no dia 10 de novembro de 1999, aos 81 anos.

Dona Lili Figureira, nasceu em Taubaté, na fazenda Quilombo de Antônio Nogueira Argilas, onde aprendeu a modelar figuras de argila com sua avó Porcina. Dona Lili contava que confeccionou sua primeira peça, uma galinha, aos seis anos de idade. Um dos temas mais refletidos no seu trabalho era o retrato do cotidiano da roça, como festas, costumes, utensílios e pessoas realizando atividades domésticas.

Gestão

O Museu do Folclore foi criado em 1987 pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo e, atualmente, é gerido pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José dos Campos.

Museu do Folclore de SJC

Av. Olivo Gomes, 100, Santana (Parque da Cidade)

(12) 3924-7318 – www.museudofolclore.org / www.ociclodavida.artenovale.com.br


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