Giselle Marinho
Secretaria de Apoio Social ao Cidadão

O Pró-Trabalho completou dois anos e, desde o início, o programa já convocou mais de 2 mil pessoas, oferecendo oportunidades de aprendizado prático e teórico para possibilitar a reinserção no mundo do trabalho.

Entretanto, para alguns bolsistas, o Pró-Trabalho foi muito além disso.

P.C.R., de 34 anos, ingressou no programa em abril de 2019 por meio das vagas destinadas a pessoas em situação de vulnerabilidade. Ela é acompanhada pelo Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), em função dos 13 anos de violência doméstica praticada pelo ex-marido. Na unidade, ela, que é mãe de dois meninos, foi inserida na rede de apoio, contou com o auxílio de uma equipe multidisciplinar composta por advogado, assistentes sociais e psicólogos, tudo para que ela pudesse superar a violência.

O trabalho da assistência trouxe muitas mudanças positivas para a vida de P. mas foi no Pró-Trabalho que a vida dela teve a maior transformação.

No início, ainda com depressão, P. não se sentia capaz, era insegura, mas graças ao ambiente onde foi inserida, ela evoluiu: aprendeu coisas novas, desempenha atividades com habilidade e competência, participa dos cursos e o mais importante sabe o valor que tem e onde pode chegar “Fui muito bem recebida pela equipe. As pessoas confiam em mim, no que eu sou capaz de fazer. Ninguém me trata como bolsista, mas como colega e isso faz toda a diferença pra mim. Hoje sei do meu valor.”

Ela ainda contabiliza conquistas materiais. “Tudo que tenho hoje agradeço ao Pró-Trabalho. Com a bolsa-auxílio consegui comprar coisas para minha casa  e para os meus filhos."

Sobre o futuro depois do Pró-Trabalho, ela tem vários planos. “Quero voltar a estudar e dar continuidade a minha vida profissional”. No dia 8 de abril de 2021 deixo o programa com uma nova perspectiva de vida”, concluiu.

Esperança

Por conta da dependência do álcool M.A. de 61 anos se afastou da família e viveu por 10 anos em situação de rua. Passava o dia puxando uma carroça de recicláveis para sobreviver, mas o que ganhava mal dava para ela se alimentar. Depois de muitas abordagens feitas pela equipe do Apoio Social, ela finalmente aceitou ajuda e foi para um abrigo municipal e partir daí a vida dela começou a mudar.

O abrigo fez o encaminhamento de M.A para o Pró-Trabalho que, em cada convocação, prioriza 20% das oportunidades para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Hoje, há quase um ano no programa, M.A. é pura felicidade e gratidão. “Entrar para o Pró-Trabalho foi a maior alegria da minha vida. Consegui alugar um cantinho pra mim, comprei as coisas pra minha casa e estou muito feliz.”

A mudança trazida pelo programa também ampliou a visão de futuro de M.A e devolveu a ela algo que havia perdido em função da bebida: a família. “Voltei a estudar. Estou fazendo EJA (Educação para Jovens e Adultos) e como estou sóbria e voltei a viver, meus filhos também voltaram pra mim. Só tenho a agradecer, a Deus e ao programa.”

Social

Além de oferecer qualificação para o mundo do trabalho e a geração de renda, o Pró-Trabalho também tem uma função social, articulada com toda rede socioassistencial que inclui os Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social), abrigos para a população de rua e família, além do Centro Pop. Todas estas unidades encaminham pessoas para o Pró-Trabalho.

Além disso, quando um beneficiário do programa apresenta dificuldades, tais como faltas excessivas ou apresenta-se no local de atividade com indícios de uso abusivo de substâncias psicoativas, dificuldade de adaptação e até mesmo casos mais complexos que demandem outros órgãos, o supervisor aciona a assistente social para que seja feito o atendimento ou até mesmo o encaminhamento para a proteção básica ou especial nos Cras e Creas, respectivamente e Conselho Tutelar.

Desde o início do programa em 2018, mais de 130 pessoas em situação de vulnerabilidade já ingressaram no programa Pró-Trabalho.

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