Museu Vivo terá figuras de papel e goma, cuscuz e violeiros
23/05/2019 12:19
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
Eunice Coppi mostra uma das figuras feitas por ela para a exposição no Museu do Folclore - Foto: Divulgação

Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo

Dois anos depois de ter seus trabalhos expostos no Museu do Folclore de São José dos Campos, no período de maio a julho de 2017, a artista popular Eunice Coppi volta a participar de uma atividade no local. Eunice é uma das convidadas do programa Museu Vivo deste domingo (26), ao lado de outros representantes da cultura popular regional nas áreas de culinária e música. A atividade é aberta ao público e a última do mês de maio.

Esta é a segunda vez que a artista mostra sua criatividade e compartilha seus saberes durante uma edição do Museu Vivo. A primeira foi em julho de 2017, ao final da exposição temporária ‘Meu mundo é de papel’. As figuras criadas por Eunice são feitas de papel e goma (de polvilho azedo), pintadas com tinta látex e verniz (no acabamento), muitas delas reproduzindo manifestações folclóricas.

Eunice mora em São José dos Campos há mais de 40 anos, é casada e tem três filhos (já adultos). Ela cresceu na roça e trabalhou na casa de conhecidos quando era criança. Aprendeu a fazer brinquedos de barro e palha de milho com uma senhora chamada Inácia, amiga da sua avó, Maria da Conceição. “Minha vó foi muito importante na minha vida e meu marido Geraldo é meu grande incentivador”. 

Cuscuz de frango

“Minha mãe cozinhava muito bem e foi com ela e minhas avós que eu aprendi a fazer muita coisa. Minha mãe sabia fazer arroz doce, doce de abóbora, broa, biscoito de polvilho, cuscuz e vários outros pratos”. A fala é da mineira Sofia de Faria Ramos, que também já participou do Museu Vivo outras vezes, fazendo paçoca e doce de leite. “Neste domingo vou fazer cuscuz de frango”.

Ela conta que, além de cozinhar, também aprendeu a costurar e bordar com a sua mãe. “Hoje ninguém quer ter trabalho de fazer certas coisas, principalmente na cozinha. Em Candelária, onde nasci, minha família fazia quase tudo em casa. Para fazer paçoca, por exemplo, a gente usava pilão para socar o amendoim, que era plantado e processado na nossa terra”, destaca Sofia.

Uma dupla conhecida

Na área musical, a dupla deste domingo é bastante conhecida dos frequentadores do Museu Vivo, pois da mesma forma que as outras duas convidadas, já participou de edições anteriores do programa. Benedito Moreira (empreiteiro) e José Ramos (servidor público) formam a dupla de violeiros Minuano e Hawai. Eles cantam juntos há mais de dez anos.

Os dois têm histórias parecidas com relação aos seus saberes musicais. Eles aprenderam a tocar seus instrumentos com integrantes da família. “Meu tio era violinista e eu me inspirei nele para cantar. Ele também tinha um violão, mas não gostava que eu mexesse nele. Quando descobriu, concluiu que era melhor me ensinar, para eu não estragar o instrumento”, conta Benedito.

Exposição e gestão         

Além do Museu Vivo, as exposições (de longa duração e temporária) do Museu do Folclore também podem ser visitadas no domingo, no mesmo horário. O museu foi criado pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo em 1987 e, atualmente, é gerido pelo Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP), organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José.

 

Museu do Folclore de SJC 
Av. Olivo Gomes, 100 – Parque da Cidade – Santana
(12) 3924-7318 / www.museudofolclore.org


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