Wagner Matheus
Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade
A cidade de São José dos Campos ganhou neste domingo (9), dentro do Parque Vicentina Aranha, na região central, o primeiro ecoponto de fidelidade ambiental da empresa Molécoola, fora da cidade de São Paulo. A partir de segunda-feira, as pessoas poderão entregar seus resíduos recicláveis no local e, com isso, acumular pontos que serão trocados por produtos e serviços.
Segundo Rodrigo Jobim Roessler, proprietário da empresa, a escolha de São José como primeiro destino fora da Capital não foi à toa. “São José dos Campos é uma das cidades mais avançadas do Brasil em sustentabilidade e gestão de resíduos, além de manter um clima superpositivo quando se trata de inovação”, afirmou. “A receptividade que tivemos aqui foi muito boa e sentimos a empolgação da população com a chegada das bicicletas da Yellow, por isso achamos que devíamos vir.”
A Molécoola tem cinco lojas em São Paulo e projeta a ampliação para 15 lojas nos próximos noventa dias, sendo uma na cidade de Jaguariúna (SP) e as demais na Capital. Os materiais recebidos nas lojas são acumulados, prensados em fardos e enviados para uma empresa parceira, que faz o recolhimento e destinação para reciclagem.
O engenheiro ambiental sanitarista João Vicente Fernandes Lobo Miranda, nascido em São José e morador na Vila Adyanna, bem próximo do parque, é o responsável pelo ecoponto de São José. Segundo ele, depois de instalar o primeiro ecoponto do Vale do Paraíba, o projeto é abrir novas lojas no município. “Esta primeira loja é estratégica para disseminar o conhecimento e despertar a curiosidade das pessoas”, explicou.
João Vicente ressaltou que a instalação de ecopontos no município será importante para auxiliar o poder público em seu Plano de Gestão de Resíduos Sólidos, além de alimentar o setor de logística reversa, que envolve várias empresas.
Aplicativo
Para tornar-se usuário do ecoponto do Vicentina Aranha a população deve instalar o aplicativo da empresa Molécoola no celular, onde terá acesso às informações sobre como proceder para entregar seus recicláveis. Todo o relacionamento entre empresa e cliente funciona via aplicativo.
Ao entregar seus resíduos no ecoponto, o cliente tem registrados pontos, de acordo com a quantidade e tipo de material. Esses pontos ficam registrados e poderão ser trocados por produtos e serviços oferecidos pela empresa.
A possibilidade de troca começa em 1.000 pontos, correspondente a um lápis, e vai até 50.000 pontos, onde estão incluídos desde créditos no Uber e no telefone celular, até tempo de uso das bicicletas da Yellow, passando por produtos de supermercado e outros itens. O cliente é quem escolhe no momento do resgate.
No aplicativo estão listados os recicláveis que podem ser entregues – plásticos em geral, alumínio, vidros e outros materiais – e os que não são aceitos, como, por exemplo, têxteis (roupas e tecidos), orgânicos e aparelhos de tevê de tubo.
A loja do Parque Vicentina Aranha funciona em um contêiner instalado ao lado da barraca de venda de água de coco. O funcionamento será das 7h às 15h de segunda a sexta-feira e, aos sábados, das 8h às 17h.
Novidade
Uma das primeiras usuárias do ecoponto, a publicitária Simone Normando Selleri, 48 anos, moradora no Jardim Terras do Sul, na região sul, instalou o aplicativo em seu celular e, por volta das 10h30 do domingo, levou vários materiais recicláveis para o ecoponto. Os 1.066 pontos acumulados já estão registrados em seu celular.
“Gosto muito de vir ao parque nos finais de semana e também pratico há muitos anos a separação do lixo reciclável, então pretendo vir sempre ao ecoponto”, disse Simone, acrescentando que gosta tanto do tema que seu trabalho de conclusão de curso na faculdade foi uma campanha para uma empresa de reciclagem.
“Até agora eu fazia o descarte na lixeira do prédio em que eu moro, onde o lixo orgânico e o reciclável já são separados em tambores diferentes e a Prefeitura faz o recolhimento duas vezes por semana”, explicou Simone. “Agora, vou guardar tudo para trazer até o ecoponto no domingo.”
Conscientização
Com formação em administração de empresas, Sabrina Soraia Florêncio Tavares, 25 anos, moradora no Campos de São José, na região leste, disse que o ecoponto vai incentivar as pessoas a pensarem no que estão consumindo na hora de comprar e também na destinação do que consomem.
“Já conhecia algumas iniciativas com o mesmo intuito de reciclagem e logística reversa, mas o modelo de negócio do ecoponto vai ser um diferencial para a nossa cidade”, analisou Sabrina, que pretende instalar o aplicativo e tornar-se uma usuária.
A Molécoola estima que o equilíbrio de cada ecoponto é atingido com cerca de 1.000 clientes ativos por mês. A ideia é criar novos ecopontos no município a partir da demanda gerada pelo novo negócio.
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