Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
O prato não tem um nome específico, mas a lembrança dele tem um significado especial para a mineira Nilcéia Aparecida Neves de Melo, nascida em Barbacena e moradora de São José dos Campos desde os 5 anos de idade. “Até hoje eu faço esta receita (angu, feijão preto batido, couve e carne). Ela me faz lembrar dos meus pais e avós. Foi com eles que eu aprendi a fazer e era comum as famílias comerem isso lá na região”, conta Nilcéia.
“Esse é um prato típico da Zona da Mata mineira. O feijão é preto e batido, no lugar no arroz entra o angu. Para completar, uma verdura e uma carne de frango, pato ou torresmo”, explica Nilcéia.
Neste domingo (14), ela mostrará os seus saberes culinários durante participação no programa Museu Vivo, do Museu do Folclore de São José dos Campos, que acontece das 14h às 17h, no Parque da Cidade.
Para a área do artesanato, a convidada é a paranaense Maria Alzira da Rosa, que tem alguns dos seus trabalhos, de picote, expostos no Museu do Folclore. Eles estão na Sala das Tecnologias e chamam a atenção dos visitantes pela riqueza dos detalhes. As peças são todas de papel picotados e foram emolduradas.
Sua mãe fazia picotes quando ainda moravam em São José da Boa Vista, norte do Paraná. De lá, veio o seu saber nessa arte. Alzira conta que, apesar disso, nunca se interessou em aprender o picote. Ela achava que sua mãe estava estragando papel. “Se hoje eu faço, é porque eu observava ela trabalhando com isso”, afirma.
A história de Dona Alzira pode ser conferida no 22º volume da Coleção Cadernos de Folclore, publicada pelo Museu do Folclore, e disponível para leitura pela internet. A obra também pode ser encontrada na biblioteca do museu, especializada em cultura popular.
Para fechar o grupo, o casal mineiro, Erli Gomes da Silva e Geraldina dos Santos vão prestigiar o amigo e letrista Homero Cruz, que também é de Minas Gerais. Eles tocam e cantam música sertaneja de raiz e várias são resultado da parceria musical com o amigo, que mora em Guarulhos, mas sempre está pela região.
Homero conta que nunca pensou em se tornar letrista, que isto foi ‘brotando’ nele espontaneamente. Ele é amante desse gênero musical e sua proximidade com os músicos fez surgir a vontade de começar a escrever. “Eu até dou alguma ideia da música, mas a harmonia e a melodia ficam por conta dos parceiros, como o Erli e a Geraldina”, diz ele.
O Museu Vivo é um programa do Museu do Folclore, espaço da Fundação Cultural Cassiano Ricardo gerido pelo Centro de Estudos da Cultura Popular, organização da sociedade civil sem fins lucrativos, com sede em São José dos Campos. A atividade é aberta ao público e tem classificação livre.
Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100 – Parque da Cidade – Santana
(12) 3924-7318 – www.museudofolclore.org
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