Avelino Israel
Fundação Cultural Cassiano Ricardo
O surgimento espontâneo de novos blocos de Carnaval, a cada ano que passa, parece ser uma tendência em muitas regiões do Brasil, inclusive no Vale do Paraíba e, particularmente, em São José dos Campos. Um bom exemplo disso é a criação do bloco ‘Nem tudo aqui é mato’, formado por alunos do curso de pós-graduação em cultura popular da Univap (Universidade do Vale do Paraíba).
A proposta de formação do bloco surgiu naturalmente, como resultado das discussões ocorridas no módulo ‘Música na Perspectiva da Cultura Popular: Danças e Folguedos’, ministrado pela professora e pesquisadora Eugênia Nóbrega, durante as aulas práticas realizadas nas dependências do Museu do Folclore de São José dos Campos.
O novo bloco fará sua primeira aparição neste sábado (10), a partir das 16 horas, realizando um cortejo no interior do Parque da Cidade, do Museu do Folclore até a arena de teatro (ida e volta). Os alunos estarão fantasiados e com adereços produzidos durante as aulas práticas do módulo.
Essenciais
“Os conhecimentos que os alunos estão recebendo, tanto teóricos como práticos, foram essenciais para o surgimento do bloco, um passo a passo, desde a reflexão sobre a origem e motivação dos festejos carnavalescos, a musicalidade, a estética, dentre outras temáticas possíveis de serem exploradas como objeto de pesquisa”, explicou a coordenadora do curso Zuleika Sabino.
Segundo ela, o ‘Nem tudo aqui é mato’ nasceu de uma brincadeira na tentativa de criar uma identidade para o bloco. À medida em que a lista de nomes era lida por Tina Lemos e Angélica Maurer, artistas e pesquisadoras joseenses, discussões sobre especificidades locais da cultura joseense emergiam.
“Na tentativa de tornar as discussões atemporais e mais genéricas, rimas começaram a ser feitas, culminando na produção de uma música, que depois ganhou melodia de Tiane Tessaroto. Assim como o estandarte, desenvolvido pelo artista plástico Guataçara Monteiro. Ambos, alunos do curso”, disse Zuleika.
A coordenadora também enfatizou que as informações e explicações dadas pela folclorista ângela Savastano, aluna do curso, a respeito da concepção do bloco Pirô Piraquara, que este ano completa 30 anos de existência, foram essenciais para estimular a criação do novo bloco.
Pesquisa
Mas nem tudo será folia. No sábado, os alunos também farão uma pesquisa sobre os elementos do bloco Pirô Piraquara, considerado como referência do Carnaval joseense. A intenção é que, posteriormente, as informações coletadas sejam estudadas e avaliadas pelo grupo.
O curso de pós-graduação em cultura popular é oferecido pela Univap em parceria com o Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP) e com apoio da Fundação Cultural. O CECP é uma organização social sem fins lucrativos, responsável pela gestão do Museu do Folclore.
Museu do Folclore de SJC
Av. Olivo Gomes, 100, Parque da Cidade, Santana
(12) 3924-7318
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