Paula Pessoa
Secretaria de Educação e Cidadania

“Eu tinha colocado na cápsula uma carta dizendo que esperava continuar no judô e queria que meu avô me visse como atleta. Ele pôde ver o comecinho desse sonho, mas Deus quis ele junto lá no céu. E, de lá, agora meu vô olha por mim”. O depoimento emocionado da aluna Vitória Jordão, 14 anos, resume a importância do projeto de cápsula do tempo, concluído na manhã desta segunda-feira (25) na Emef Geraldo de Almeida, no bairro Pousada do Vale, na região leste de São José dos Campos.

Após a abertura das cápsulas das turmas do 9º ano, que foram enterradas em 2018, a expectativa se transformou em saudade e lembranças ao verem objetos como cartas, diários e fotos. Alguns itens sofreram com a ação do tempo e das chuvas, mas até disso foi tirado um aprendizado. 

“Que fique como lição a percepção das transformações históricas e de como as coisas mudam com o tempo. Nós todos somos sujeitos da História e devemos ser protagonistas", disse o professor de História Alessandro Santana, responsável pelo projeto.

"Também fica a reflexão sobre a importância de pensarmos a médio e longo prazo, nos prepararmos e planejarmos os sonhos. Em 2018, plantamos algumas sementes de conhecimento, que eles podem colher a partir de hoje”, completou.

História na prática

“Esta foi uma experiência histórica, pois aprendemos muito ao ver que algumas coisas não duraram como gostaríamos. Isto nos faz pensar sobre como devemos guardar nossas lembranças e itens importantes. Este projeto é uma oportunidade de viver a História na prática”, afirmou a Orientadora de Ensino de História da Secretaria de Educação, Deni Ribeiro Prado.

Para a estudante Bruna Larissa dos Santos Souza, 14 anos, os últimos três anos representam um ciclo importante.

“Eu tinha colocado uma carta descrevendo alguns momentos e pessoas daquela época. Foi uma experiência e tanto, pois não fazia ideia de como seria hoje. Ninguém esperava a pandemia e tudo que veio junto", disse a aluna.

"Mudei muito, fiquei mais focada nos estudos e realizei o sonho que tinha de passar na prova para o Colégio da Embraer”, completou.

O projeto

No ano de 2018, o professor de História Alessandro Santana se planejou para iniciar o projeto com as turmas do 6º ano e concluir quando os estudantes estivessem no 9º ano. Os alunos colocaram na cápsula cartas, fotografias, objetos pessoais, mensagens com os sonhos e ideias que tinham sobre o mundo e a família e diários, entre outros itens. 

“Eu acredito muito no poder transformador da Educação e no papel do professor não só com a matéria e as disciplinas, mas contribuindo na construção de sonhos e em toda rede de saberes de cada aluno. Participar disso tudo é gratificante”, afirmou Alessandro. 

“Agradeço ao professor. Acho importante a gente reconhecer o trabalho de quem nos ajuda no dia a dia. Esse projeto marcou minha vida e a escola faz a diferença para mim", disse a estudante Emanuelle Vitória Pereira, 15 anos.

"Hoje pensei muito sobre isso, só tenho a agradecer”, completou. 

Após a abertura, um grupo de alunos, acompanhado do professor de Português Renato Dutra Gomes, vai produzir um videodocumentário sobre o projeto, que será lançado em breve com depoimentos e memórias dos estudantes e profissionais da escola.

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Alunos aprendem História com projeto de cápsula do tempo

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