Cuidar da limpeza de bocas de lobo é zelar pela saúde da cidade
Atualizado em 26/03/2021 - 18:06
Manutenção da Cidade
Equipe da Regional Norte na limpeza diária das bocas de lobo da cidade - Foto: PMSJC

Simone Menocchi
Secretaria de Manutenção da Cidade

No dia a dia ninguém repara nelas. Mas se a chuva aperta, elas podem virar as vilãs da rua se não derem conta de escoar a água. As bocas de lobo são parte importante para a segurança viária de uma cidade. Assim como os ralos das nossas casas, são elas que levam toda água da chuva para os córregos através das tubulações que passam por baixo das ruas. Levam sim, se estiverem limpas. Caso contrário, a história muda.

Folhas, galhos de árvores, garrafas pet, saquinhos de supermercado são os inimigos das bocas de lobo. Entram facilmente pela guia e impedem a passagem da água, podendo provocar alagamentos. Por esse motivo, as equipes da Secretaria de Manutenção da Cidade estão sempre de prontidão para limpar as bocas de lobo. A varrição diária também ajuda na limpeza das ruas.

E quem ajuda também é a aposentada Maria Lúcia Guimarães, de 80 anos. Ela pula cedo da cama para varrer a frente da casa. “Não dá pra deixar sujo senão entope tudo”.

Folhas, galhos e até raízes de árvores entram pela boca de lobo e dão um trabalhão para o time do Sílvio Nunes, de 40 anos. Ele coordena uma das dez equipes que fazem esse serviço pela cidade.

A jornada exige força, paciência e luvas grossas. Na equipe do Sílvio são quatro funcionários: Oswaldo Siqueira, 59 anos, Ed Carlos Machado, 29 anos e Antonio Dias Leal, 52 anos.

Antonio conhece bem as bocas de lobo. Trabalha nelas há 17 anos. Já virou especialista e agradece a Deus, com as mãos pro alto, quando se lembra do período em que ficou hospitalizado, depois de pegar uma bactéria quando fazia limpeza em uma das bocas de lobo da cidade.

“Fizeram uma ligação clandestina de esgoto na boca de lobo e ao colocar os braços para a limpeza, acabei ficando doente. Percebi que fui ficando muito fraco e tive que ficar 65 dias na UTI”. Antonio superou a doença e voltou para a mesma função. Puro amor.

A ligação de esgoto doméstico irregular é mesmo um risco para os funcionários e também para a população. Por isso é combatido pela SMC (Secretaria de Manutenção da Cidade) e pela Sabesp.

Quando há suspeita de lançamento irregular, a Sabesp faz vistorias. Se a irregularidade for confirmada, os donos da casa são advertidos e podem ser multados em R$ 7.8 mil.

Hidrojato

De janeiro até agora chegaram à Central 156, 799 pedidos para a limpeza de boca de lobo. Ano passado, nesse mesmo período, foram 518 pedidos. Um aumento de 54%. No ano passado todo, foram quase 2 mil bocas de lobo que passaram por vistoria e limpeza.

O processo de limpeza parece simples, mas não é. Primeiro chegam os funcionários com pá, enxada e picareta para abrir a boca de lobo e avaliar o tamanho do problema. Em seguida, entra em ação o caminhão hidrojato, equipado com largas mangueiras que ajudam a sugar a sujeira e abrir os buracos, com forte pressão de água, que chega a 100 litros por minuto. 

“Quando entrei não sabia nada. Aprendi a fazer o trabalho e hoje é essa minha especialidade”. E é tanto orgulho da função que ele faz vídeos e fotos para mostrar para as filhas Kelly e Melissa, de 8 e 4 anos. “É bom mostrar pra elas como é o meu dia a dia”, disse Edcarlos.

O Edcarlos, Oswaldo, Sílvio e Antonio, são parte de uma grande equipe empenhada em manter a limpeza da cidade. Eles não conhecem a Maria Lúcia Guimarães, citada no começo da reportagem, mas sabem que o cuidado dela ajuda e muito no trabalho deles. Obrigado D. Maria Lúcia!

 

 


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